Você já deve ter visto algumas imagens oficiais e o trailer de ‘Casa Gucci’. Ridley Scott, diretor do filme, tem voltado no tempo ultimamente para descobrir a verdade por trás de algumas histórias verdadeiras. Recentemente, ele abordou o estupro de Marguerite de Carrouges em ‘O Último Duelo’ (que também é estrelado por Adam Driver). Mas em ‘Casa Gucci’, que também é uma história sobre um crime, não aprendemos tanto sobre as pessoas e os acontecimentos que levaram ao assassinato de Maurizio Gucci, quanto sobre a história da marca e da família.
ALERTA SPOILERS A PARTIR DAQUI!
O filme em si segue principalmente a história real do casamento entre Patrizia (Lady Gaga) e Maurizio (Adam Driver), sua eventual separação e seu assassinato. Patrizia e Maurizio se casaram em 1972, quando ambos tinham 24 anos. O filme os mostra tendo uma filha chamada Alessandra, e dá grande importância ao momento em que Patrizia conta ao sogro Rodolfo (Jeremy Irons) que foi ideia dela dar ao bebê o nome da mãe de Maurizio. Na vida real, a mãe de Maurizio se chamava Sandra e o casal teve dois filhos: a citada Alessandra e outra filha chamada Allegra.
Na vida real, Maurizio fugiu para a Suíça quando foi investigado por falsificar uma assinatura para evitar o pagamento de impostos sobre sua herança. No filme, fica implícito que Patrizia é quem falsifica a assinatura. Maurizio foi considerado culpado do crime de falsificação (via AP), mas foi posteriormente absolvido (via Financial Review). Finalmente, o casal se separou. No filme, Maurizio diz a Patrizia para voltar à Itália enquanto ele permaneceria na Suíça.
Na verdade, eles voltaram para Milão em 1982 e logo depois ele disse a ela que faria uma curta viagem de negócios para Florença. Porém, no dia seguinte ele mandou um amigo avisar a Patrizia que o casamento deles havia acabado e que ele não voltaria para casa.
Patrizia foi consumida pelo ciúme, enquanto Maurizio começou a namorar sua amiga Paola Franchi (interpretada por Camille Cottin) e finalmente Patrizia e Maurizio se divorciaram em 1994 (permanece ambíguo no filme se eles eram oficialmente divorciados). Maurizio se preparava para se casar com Paola quando foi assassinado.
Patrizia supostamente pediu a sua amiga de longa data e vidente, Giuseppina Auriemma, também conhecida como Pina (Salma Hayek), para contratar um assassino e um motorista que atropelou e fugiu, que assim o fez. Todos os quatro foram acusados do assassinato.
O filme não vai até o julgamento, mas, na vida real, o caso esteve no centro de um furacão na mídia. Em 1992, Patrizia teve que se submeter a uma cirurgia de tumor cerebral, e o NY Times relatou, na época, que seus advogados de defesa argumentaram: “[suas] ameaças eram as divagações de uma mulher com transtornos mentais, que alegava que sua doença física roubava suas faculdades mentais“. Apesar disso, um juiz declarou que ela estava em condições de ser julgada. A defesa de Patrizia posteriormente afirmou que Pina agiu por conta própria e, em seguida, chantageou Patrizia.
Em uma ação, onde muitos advogados a teriam desencorajado, Patrizia assumiu o depoimento, conforme relatado pelo NY Times: “A Sra. Reggiani disse em interrogatório que foi forçada a pagar $ 365.000 e acrescentou, de forma um tanto confusa, ‘Valeu a pena cada centavo‘”.
Como mostrado brevemente no filme, Patrizia aparentemente admitiu o crime em seu diário. ‘Casa Gucci’ a mostra escrevendo um verbete no dia do assassinato com a mão trêmula, escrevendo a palavra ‘paradeisos’, que significa paraíso em grego.
Na vida real, a polícia estava investigando outros motivos por trás do assassinato de Maurizio. Inicialmente, a polícia pensou que o assassinato de Maurizio poderia estar relacionado às inúmeras disputas da família Gucci ou aos negócios de Maurizio.
O ex-diretor da Gucci estava tentando se firmar mais uma vez no mundo dos negócios, investindo em um cassino na Suíça. No final, eles foram levados para Patrizia, graças a uma denúncia anônima (que permanece indefinida até hoje).
A pista levou a polícia a um porteiro de hotel chamado Ivano Savioni, uma das pessoas que Pina havia contatado em sua busca por um assassino. Além disso, a mãe de Patrizia, Silvana Barbieri, também foi investigada por ter sabido da trama do assassinato.
A decisão determinada de Patrizia no final do filme, que se recusa a responder o nome de solteira, foi real. Por lei, após o divórcio, ela não deveria mais usar o nome Gucci, mas continuou a fazê-lo mesmo assim.
O filme termina com sua sentença: 26 anos de prisão. No entanto, o tempo de Patrizia na prisão também foi uma história fascinante. Ele tinha um furão de estimação e, embora lhe tenham oferecido um dia de folga com a condição de conseguir um emprego, ele recusou, dizendo: “Nunca trabalhei na minha vida e certamente não vou começar agora” (via The Telegraph).
Patrizia foi libertada após 17 anos, sendo que nos dois últimos, conseguiu um emprego numa joalheria em Milão, onde vive agora. Frequentemente é vista caminhando pelas butiques da cidade com sua arara azul e amarela no ombro. E como uma cereja trágica, de acordo com o The Telegraph, seu pobre furão Bambi foi morto quando uma outra presa sentou-se sobre ele e o esmagou.
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