A depressão é uma doença que afeta cerca de 5,8% da população brasileira, um total de 11,5 milhões de casos registrados. O índice é o maior na América Latina e o segundo maior nas Américas, atrás apenas dos Estados Unidos, que registram 5,9% da população com o transtorno e um total de 17,4 milhões de casos.
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Alguns sintomas da depressão, muitas vezes, são identificados como tristeza, desanimo, apatia. Mas, além de afetar diretamente a saúde mental, a doença também traz consequências para a saúde física das pessoas que sofrem com a condição.
Neste última semana, a influenciadora Camila Monteiro, compartilhou em suas redes sociais que a depressão afetou sua saúde bucal, fazendo com que ela perdesse alguns de seus dentes. Em uma entrevista ao portal VivaBem, do UOL, a jovem explicou como a depressão afetou sua saúde física e a maneira como ela enxergava a si mesma.
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“A questão da saúde bucal foi algo que refletiu na forma que eu me via. Eu não me via com valor, não me via como uma pessoa que deveria ser apreciada, amada”, conta ao VivaBem.
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Segundo Camila, a depressão trouxe não apenas a dificuldade de escovar os dentes, como a vontade de tomar banho. “Eu passava dias sem lavar o cabelo. Lembro de uma situação em que eu estava no fundo do poço e passei umas duas semanas sem lavar o cabelo e encheu de nó. Eu penteava e saía muito cabelo. Essa cena para mim foi muito marcante. Foi um momento muito sombrio”, diz.
Camila conta ainda, que ela iniciou uma jornada com lentes de contato dentais, que não deram certo e fez com que ela perdesse alguns dentes. Depois de um longo processo, ela fez implantes e hoje fala abertamente sobre o assunto.
Qual relação entre a depressão e a saúde bucal?
Ainda na matéria publicada pelo VivaBem, o dentista, CEO da AfroSaúde em Salvador e mestre em saúde, ambiente e trabalho pela Universidade Federal da Bahia, explica como a saúde mental pode afetar de várias formas os dentes.
“Não é uma relação unilateral, e sim multifatorial. Mas há pesquisas sérias que indicam que quase 2/3 das pessoas diagnosticadas com depressão têm um convívio com dor de dente ou queda da saúde bucal”, explica o dentista.
Pessoas que utilizam medicamentos para depressão podem ainda sofrer efeitos colaterais na saúde bucal, como a xerostomia. “Ela causa a sensação de boca seca e a saliva é a responsável por manter um equilíbrio da saúde bucal. Boca seca é um ambiente mais propício para que as bactérias se proliferam”, diz Lima.
Diante de picos de estresse e ansiedade, o corpo de muitas pessoas também podem responder com o aparecimento de aftas e o hábito de ranger os dentes (bruxismo). Como há uma alta no cortisol, conhecido como “hormônio do estresse”, há consequentemente um enfraquecimento do sistema imunológico, que facilita o acesso de bactérias, surgimento de gengivite e periodontite.
Em pacientes depressivos ainda é comum o abuso de carboidratos, que pode facilitar o aparecimento de cáries. “Não é uma relação unilateral, e sim multifatorial. Mas há pesquisas sérias que indicam que quase 2/3 das pessoas diagnosticadas com depressão têm um convívio com dor de dente ou queda da saúde bucal”, diz o dentista.
A saúde mental faz parte da saúde do ser humano como um todo, não tem como separar. “Dentro das patologias psiquiátricas, a gente observa várias outras comorbidades clínicas associadas, como obesidade, dislipidemia (colesterol e triglicérides alto), quadros de dores crônicas refratárias, além das comorbidades associadas ao prejuízo no autocuidado com o paciente, que podem ser desde infecções de pele, carência nutricional, hábitos intestinais, quadros infecciosos e então os problemas na dentição”, diz João Pedro Wanderley, médico do servidor público estadual de Pernambuco.
Wanderley ainda lembra que em casos de depressão associados a transtornos alimentares pode também haver alterações importantes “Tanto na anorexia quanto na bulimia, a gente tem uma importante alteração no pH bucal, o que pode prejudicar bastante a saúde bucal do paciente.
Quando o paciente induz o vômito de forma repetida, a gente observa não só a lesão na própria mão usada para forçar o vômito, como também há um aumento no pH bucal, tornando-o mais ácido, provocando a corrosão dos dentes e alteração do paladar”, diz.
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Aviso
Este texto é de caráter meramente informativo e não tem a intenção de fornecer diagnósticos nem soluções para problemas médicos ou psicológicos. Em caso de dúvida, consulte um especialista antes de começar qualquer tipo de tratamento.
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