Comportamento e Relacionamento

O amor romântico é tóxico e pode acabar com sua sua autoestima; aqui explicamos tudo

Como diz a psicanalista Ana Suy, a gente mira no amor romântico e acerta na solidão

amor romântico
Crédito: Orientacio Psicoterapia

Quem é da geração dos anos 90, sabe que o amor romântico foi nos ensinado desde cedo. Seja pelos filmes da Disney ou até mesmo pelos ensinamentos compartilhados em família.

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Fomos ensinadas que um dia encontraríamos nossa metade da laranja ou que encontraríamos alguém que mudaria nossa vida por completo e teríamos, finalmente, nosso final feliz.

A verdade é que o tempo passa. Temos relações fugazes, encontros em aplicativos de relacionamento que não dão em nada e podemos até nos questionar se existem algo errado com a gente. Estamos aqui para dizer que não há nada de errada com você. Mas há sim algo de errada em acreditar que o amor romântico é o que você precisa para ser feliz.

Não precisamos ser salvas pelo amor romântico

Ana Suy, psicanalista e autora do livro “A gente mira no amor e acerta da solidão” (que, insluive, recomendamos a leitura), nos mostra por meio do seu conhecimento em psicanalise e estudos que o amor não nos livra da solidão.

Um dos principais ensinamento da obra é que o amor não fará você se sentir completa e não salvará sua vida.

“Sempre amamos sozinhos, pois cada uma ama seu parceiro a seu próprio modo, cada uma com sua história, com seus sintomas, com suas perebas psíquicas, com seus perrengues transferências. No amor, a gente sempre comparece com a gente mesmo”, explica a autora. Ela ainda enfatiza que o amor não nos livra de sermos nós mesmo, das nossas dores, inseguranças.

Mas por que o amor romântico pode destruir nossa autoestima?

A verdade é que esperamos que o outro nos completo, nos tire da nossa própria solidão. Essa é uma responsabilidade que ninguém deveria colocar no outro, já que a outra pessoa já tem sua carga emocional e dilemas existências para encarar.

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“Saber ser solitário é fundamental para a arte de amar. Quando conseguimos estar sozinhos, podemos estar com os outros sem usá-los como formas de escape. Viver com simplicidade torna o amor simples. O amor é uma combinação de cuidado, compromisso, conhecimento, responsabilidade, respeito e confiança”, ensina a autora Bell hooks.

Quando estamos vivendo na esperança ilusória no amor romântico podemos enfrentar diversos problemas que afetam nossa autoestima, como:

Insatisfação

O amor romântico nos dá a ideia de que o outro tem que nos complementar em todos os sentidos. Só que isso é impossível. Desta forma, acabamos nos decepcionando e insatisfeitas.

Violência doméstica

O amor romântico tem em sua base a ideia de que devemos aceitar tudo para manter o parceiro. Essa ideia, de alguma forma, faz com que mulheres sejam vítimas de violência romântica, com a ideia de que o parceiro vai mudar.

Baixa estima

Com o tempo, a paixão vira amor. E o amor é monotonia, é lidar com o dia a dia e problemas. Quando o outro já não atua movido pelo entusiasmo da paixão acabamos achando que o problema somos nós.

Dito isso, o que podemos mencionar que é fim do amor romântico tem como base algo muito mais poderoso: o amor próprio.

“Quando podemos nos ver e nos aceitar como realmente somos, construímos a base necessária para o amor-próprio (…) Se aprendermos a amar a nós mesmos e aos outros dependerá da presença de um ambiente amoroso. O amor-próprio não pode florescer isoladamente. Tudo sobre amor”, comenta Bell.

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