Há alguns dias, o ritual de abstinência sexual de Tom Brady (jogador de futebol americano e ex-marido de Gisele Bündchen) chamou a atenção de algumas pessoas na internet. O atleta divulgou que ficava de 24h a 72h sem ter relações sexuais antes de jogos importantes.
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Mas o que esta prática pode trazer de consequências para os corpos de pessoas adultas e sexualmente ativas, em especial as mulheres? Os motivos por trás da abstinência podem ser muitos, entre eles o vaginismo, que provoca dores na região vaginal no momento do sexo.
Para falar sobre o assunto, a terapeuta especializada em sexualidade e saúde ginecológica, Roberta Struzani, explicou em sua coluna no portal Terra um pouco sobre como longos períodos de abstinência sexual pode influenciar a nossa saúde.
Vaginismo
Na coluna, Roberta explica que o vaginismo é uma desordem musculoesquelética, que acontece devido a algum bloqueio psicológico. Então, o corpo acredita que o sexo é nocivo e se protege dele, fechando involuntariamente o canal vaginal, impossibilitando a penetração, mesmo que aja excitação e desejo para o ato.
“Na maior parte dos casos de vaginismo que vi ao longo da minha carreira, acabávamos chegando à conclusão de que o bloqueio raiz era gerado por um abuso sexual ou uma tentativa de abuso”, conta a terapeuta.
Mas o vaginismo também pode ser gerado pela abstinência sexual, principalmente de mulheres virgens. Quando com frequência a mulher precisa conter seus impulsos e desejos para driblar a excitação, ela tenta impor para sua mente que é errado fazer sexo (antes do casamento, por exemplo) e fica inibindo estes desejos.
O corpo subentende que se excitar é errado, que o sexo não é certo. Quando essa mulher casa e então pode se entregar para o ato, o seu corpo não responde mais. Ele se fecha para o ato que compreendeu ser nocivo.
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É importante dizer que o vaginismo tem tratamento e pode ser revertido. O ideal é procurar uma fisioterapeuta ginecológica na sua cidade.
Atrofia da região íntima
Outro problema destacado por Roberta e que pode ser causado pela abstinência sexual é a atrofia do canal vaginal, gerando uma tensão muscular destes músculos. Como consequência, pode haver dor e sangramento na relação sexual.
“Se uma mulher já alcançou a menopausa ou se em algum momento na vida passou pela quimioterapia, o nível de estrogênio reduz e, assim, ela pode desenvolver mais facilmente esta atrofia após longo período sem sexo”, conta.
O ideal é manter a prática de masturbação para evitar isso. Ou, ainda, se não tiver libido para isso, não precisa forçar nada, completa Roberta. Você pode apenas exercitar a região íntima e pélvica com exercícios de pompoarismo.
Outra região que também pode atrofiar por desuso é o clítoris, por isso é importante manter a prática de ter muito prazer em dia.
Sexo pede por mais sexo
De acordo com a terapeuta, a libido funciona assim: quanto mais você tem, mais você quer. Quanto menos faz, mais seu corpo se acostuma, se acomoda e deixa de sentir falta. Portanto, é preciso encontrar um ponto de equilíbrio, estimular a mente e o corpo para ter vontade de ter relações sexuais.
Por outro lado, se um dos parceiros cobrar demais quando o outro está sem vontade, este excesso de cobrança só aumentará a falta de vontade, se sentindo pressionado e evitando cada vez mais.
“Se a pessoa parceira está com pouca libido, conversem a respeito, busquem meios para solucionar as questões, brinquem de se provocar e deixem-se com e à vontade”, finaliza Roberta.
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