O sexo anal ainda é um assunto cercado de tabus e dúvidas, mas como já diria Sandy, o sexo anal pode, sim, ser muito prazeroso (a referência que entrega a idade), tanto para homes e quanto para mulheres independente da sua sexualidade.
Em uma entrevista para o site Grajaú News, a especialista em Sexualidade e Saúde Íntima (ESSI) e terapeuta sexual Ana Flávia Drumond explica que a prática anal é vista de forma negativa desde a Idade Média.
“Não era origem de reprodução. Então, era um ato visto como sujo, pecaminoso. Durante muito tempo, dentro da história da sexualidade, só se aceitava que o ato fosse realizado entre o meio da prostituição, em troca de dinheiro.”
Desde então, esse assunto se tornou polêmica até em ambientes médicos: a homofobia e a estigmatização do tema ajudaram a afastar a discussão das massas.
“O prazer anal por meio de estímulo ou penetração foi estigmatizado por muitos anos e, até mesmo no meio médico, era entendido como comportamento de risco”, explica também ao site Isabela Cerqueira, especialista em bem-estar sexual e fundadora da marca de produtos eróticos Good Vibres.
Os últimos anos, no entanto, marcaram um aumento de produção de conteúdos e informações que quebram estereótipos ao redor do sexo anal.
O que realmente é o sexo anal?
“Muitas pessoas confundem o ato em si com os estímulos”, aponta Ana Flávia. A especialista explica que o sexo anal, em si, é a introdução do pênis no canal do reto, parte interna do ânus. “Quando existe a introdução de alguma prótese, seja ela de borracha, silicone ou cyber, também é considerado sexo anal.”
Essa prática pode sim trazer prazer às mulheres, como atesta a sexóloga: “Na região, temos várias terminações nervosas, e isso vale tanto para o homem, como para a mulher.”
Os homens costumam sentir o mesmo prazer que no sexo vaginal, enquanto as mulheres costumam sentir prazer pelo toque e pela interação contínua do parceiro no ânus e na vagina.
Uma pesquisa do Relatório de Prazer da OMGYES espelha essa realidade: 40% das entrevistadas afirmaram sentir prazer com toques no ânus e 40% com toques ao mesmo tempo da penetração vaginal. Para 30% das entrevistadas, os orgasmos chegavam até a ser mais intensos com a estimulação anal.
“Mas é muito importante ressaltar também que, mesmo existindo a comprovação do prazer, algumas pessoas podem não gostar do ato em si, e tudo bem. Mas, na maioria das vezes, isso está ligado ao processo feito, pessoas que tentam uma vez e tentam errado acabam gerando medo e traumas para uma próxima tentativa”, complementa a sexóloga.
As especialistas confirmam: é possível aproveitar muito o sexo anal, se for o desejado. No entanto, é necessário tomar alguns cuidados para curtir o momento com segurança.
Cuidados
Antes de praticar o sexo anal, é necessário compreender que ele não pode ser praticado da mesma maneira que o sexo vaginal. Diferente da vagina, que tem lubrificação própria, o ânus não é biologicamente desenvolvido para esse processo.
Por isso, utilizar lubrificantes é o primeiro passo para um sexo anal saudável e sem dor. O preservativo também é uma peça indispensável em qualquer tipo de relação.
“São passos de extrema importância: alimentação, higienização, o uso de um bom dessensibilizante, lubrificante siliconado, que é o ideal para essa relação”, diz Ana.
Um aviso importante, é que produtos à base de óleo, inclusive alguns cremes de mão, podem danificar camisinhas de látex - portanto, é importante evitá-los. Use lubrificantes à base de silicone ou água.
A limpeza deve ser feita sempre antes da relação sexual. Para praticantes contínuos, o enema, objeto de limpeza do intestino conhecido como ‘chuca’, pode facilitar a higienização do ânus. Realizar uma consulta com um coloproctologista também é uma boa opção.
O relaxamento anal pode ser feito com a inserção inicial de um brinquedo sexual ou um dedo, ato prévio à penetração. Para Cerqueira, uma boa dica para sentir prazer e evitar a dor também é estimular bastante a região do clítoris, antes e durante a penetração.
“Geralmente, a vergonha está ligada à anatomia anal, mas precisamos entender que não existe um padrão, cada um tem as suas características e precisamos aceitar isso como parte da nossa vida para abrir o caminho para o prazer”, finaliza Ana Flávia.
· · ·
+ SEXUALIDADE:
· · ·
Siga e compartilhe
Você gostou deste conteúdo? Então siga a NOVA MULHER nas redes sociais para acompanhar mais novidades e ter acesso a publicações exclusivas: estamos no Twitter, no Instagram e no Facebook.
Aproveite e compartilhe os nossos textos. Seu apoio ajuda a manter este site 100% gratuito. Cada contribuição é muito valiosa para o trabalho da nossa equipe de redatores e jornalistas.