Relacionamento aberto, não-monogamia, poliamor. Esses são termos cada vez mais presentes nas discussões do dia-a-dia e na mídia. Essas configurações de relacionamentos, nada mais são um modelo em que os parceiros não têm aquela espécie de contrato de exclusividade na relação, e podem ficar com outras pessoas que se interessarem.
Mas apesar de parecer algo recente ou “da moda”, essas configurações existem há bastante tempo. No livro “Ética do amor livre: Guia prático para poliamor, relacionamentos abertos e outras liberdades afetivas”, as autoras Dossie Easton e Janet Hardy falam sobre suas experiências como pessoas não-monogâmicas desde os anos 1970, por exemplo.
A novidade, no entanto, é que as pessoas tem falado mais abertamente sobre essa vontade de viver uma relação aberta. Uma pesquisa realizada pela Sex Shop Miess ao redor do país concluiu que 40% dos brasileiros estão mais dispostos a viver relacionamentos abertos.
A faixa etária que mais se interessa por esse modelo são os jovens e jovens adultos entre 18 e 35 anos. Mulheres heterossexuais lideram o desejo de abrir a relação. Em seu livro “Novas formas de amar”, Regina Navarro Lins faz algumas diferenciações com base em sua observação clínica e em estudos sobre não-monogamia, embora não exista consenso sobre elas:
“RL [relação livre], em princípio, é plena a autonomia sexual e afetiva. Não é necessária a permissão dos parceiros para novas relações”. O poliamor “defende a possibilidade de estar envolvido em relações íntimas e profundas com várias pessoas ao mesmo tempo, no mesmo nível de importância”. Já o relacionamento aberto seria um tipo de não-monogamia que prioriza a relação a dois e “cada um pode compartilhar a intimidade com outras pessoas, sem que o parceiro fixo se sinta magoado ou enganado”.
Esses tipos de relação vão e voltam na sociedade. Nos tempos primórdios, quando os indivíduos ainda eram nômades, estar com mais de uma pessoa ao mesmo tempo era comum. Ou seja, a monogamia só passou a ganhar mais espaço quando o homem passou a ocupar lugares fixos.
Nesse cenário, é possível que a escolha pela monogamia tenha sido feita pela necessidade financeira e por proteção de propriedade, uma vez que partilhar bens em apenas uma família era mais fácil do que dividir para várias.
O debate sobre a não-monogamia tem ganhado mais força entre os jovens da geração Z, que afirmam não gostar de rotular suas relações.
“Em vez de nos preocuparmos se nosso(a) parceiro(a) se relacionou sexualmente com outra pessoa, deveríamos apenas responder a duas perguntas: ‘Sinto-me amado(a)?’ e ‘Sinto-me desejado(a)?’. Se a resposta for sim para as duas, ótimo. O que o outro faz quando não está comigo não me diz respeito”, escreve Regina Navarro Lins em seu livro.
Claro que essa construção não é tão simples e envolve encontrar ferramentas emocionais para lidar com o próprio medo da solidão: “Se as pessoas desenvolverem essa capacidade de ficarem bem sozinhas, se relacionar pelo prazer da companhia e não por uma necessidade de ter alguém, é possível que as relações sejam mais livres, que as pessoas vivam de forma bem mais satisfatória”, explica ela, que tem mais de 40 anos de experiência clínica
· · ·
+ SEXUALIDADE:
Big 3 do Sexo: saiba os principais elementos do mapa astral para entender melhor sua vida sexual
· · ·
Siga e compartilhe
Você gostou deste conteúdo? Então siga a NOVA MULHER nas redes sociais para acompanhar mais novidades e ter acesso a publicações exclusivas: estamos no Twitter, no Instagram e no Facebook.
Aproveite e compartilhe os nossos textos. Seu apoio ajuda a manter este site 100% gratuito. Cada contribuição é muito valiosa para o trabalho da nossa equipe de redatores e jornalistas.