Comportamento e Relacionamento

Quebrar o mito da ‘super mulher’: um apelo ao autocuidado e ao descanso

A pressão constante que as mulheres enfrentam para cumprir expectativas pouco realistas pode levar a altos níveis de estresse, ansiedade e exaustão

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Às mulheres tem sido incutida a ideia de que devemos desempenhar múltiplos papéis simultaneamente para sermos consideradas. A sociedade, com suas expectativas e demandas, nos condicionou a acreditar que nosso valor depende da nossa capacidade de resolver os problemas de todos que nos cercam, seja no âmbito profissional, familiar ou social.

Isso tem levado muitas mulheres a adotar níveis de autoexigência superiores que as levam a negligenciar suas próprias necessidades, razão pela qual é tão importante aprender a estabelecer limites e quebrar o chamado mito da super mulher.

“Uma super mulher é uma mulher que vive em autoexigência, buscando ser a melhor mãe, esposa, parceira, filha, no trabalho, o tempo todo e tudo ao mesmo tempo por todos”, explicou em entrevista ao Nueva Mujer Yulene Galera, Palestrante Motivacional e criadora de conteúdo de bem-estar emocional. “Essa autoexigência é extremamente punida, pois se você não consegue, há algo errado com você, você é um fracasso e é a única que está fazendo errado”.

A especialista enfatizou como às mulheres nos foi ensinado a vida toda a sustentar todo mundo, como recipientes para fazer a casa funcionar, garantir que os filhos estejam bem, que tudo esteja perfeitamente organizado, sempre reprimindo-se, com um sorriso.

Embora Galera tenha destacado que, embora tenhamos quebrado muitos padrões e existam cada vez mais oportunidades de igualdade de condições, isso criou uma nova exigência, porque antes você tinha que cumprir o papel de super mulher em casa, agora também tem que fazê-lo trabalhando, sendo mãe, parceira e amiga. “Isso vem desse aspecto cultural em que a mulher teve que ser esse ser que precisa provar-se em todos os lugares e dessa sensação de que temos que conquistar e provar nosso lugar”.

O que acontece quando não percebemos ou não aceitamos que estamos caindo nesses níveis de autoexigência? "No final, todo mundo se beneficia quando continuamos assim. Quando não conseguimos identificar que estamos nesse papel, ocorre um esgotamento brutal porque não é possível sustentá-lo. Seu corpo e sua mente não estão preparados para suportar esses níveis de exigência, o que traz consigo muitas consequências, como a desconexão do que você sente, de como está, do que deseja, do que te motiva", alertou Galera, acrescentando que querer fazer tudo, deixando de lado o seu bem-estar, leva você a viver para atender todas as expectativas que estão sobre você.

Assumir que você pode fazer tudo ao mesmo tempo

Uma das principais consequências em nossos relacionamentos, tanto o relacionamento conosco mesmos quanto o relacionamento que temos com os outros, é que começa a haver muita raiva e frustração. “No final, esse papel de super mulher está relacionado a não poder estabelecer limites, a não poder dizer ‘não’ e a não se colocar como prioridade”, afirmou a especialista.

É assim que os limites pessoais nos permitem romper com todos esses pensamentos negativos que nos levam a nos sobrecarregar. Trata-se de estabelecer certas diretrizes ou regras para identificar maneiras razoáveis, seguras e permitidas de agir e, para isso, precisamos de ferramentas.

“O primeiro passo é conscientizar-se; em que área da sua vida você desempenha esse papel de super mulher, a partir de quais papéis você se exige dar conta de tudo”, afirmou Galera. “O segundo passo é estabelecer seus próprios conceitos sobre o que é ser uma boa mulher, uma boa mãe, uma boa parceira ou ser boa no seu trabalho e, em terceiro lugar, aprender a dizer ‘não’ com base nessas prioridades”.

A especialista enfatizou que as mulheres devemos entender que dizer “não” não nos torna pessoas más, que descansar é necessário e que fazer pausas na vida não significa desistir para sempre.

A equipe também enfatizou que, para quebrar padrões, é importante tanto a participação externa dos homens quanto o apoio entre as mulheres. “Sem a participação externa, não podemos mudar o mundo sozinhas. É necessário todo o apoio e que todo o sistema mude e, entre as mulheres, paremos de emitir julgamentos”.

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