Ser padrasto é como entrar em um campo minado, onde por um lado, você se torna uma figura de autoridade para os filhos do seu parceiro e, por outro lado, existem certos limites que não podem ser ultrapassados em relação à sua criação.
Muitos homens se desconectam emocionalmente de seus enteados e se afastam das responsabilidades diárias, e assim como existe o estereótipo da "madrastra malvada", pode-se facilmente ser apontado como "o padrasto vilão". No entanto, ambos podem desempenhar papéis de liderança profundos e importantes com os enteados.
É importante, em primeiro lugar, estabelecer acordos com a mãe das crianças em questão, mesmo que tenham estado juntos desde o nascimento delas e o parceiro possa ser considerado um pai. Isso também é importante quando o pai biológico está presente ou ausente, pois cada situação afetará os direitos e obrigações do padrasto, não apenas em relação à criação respeitosa, mas também legalmente.
Quais são os direitos e obrigações de um padrasto?
Comunicação acima de tudo
De acordo com o Raising Children Australia, é importante que um padrasto verbalize seu papel. As crianças precisam ouvir que você sabe que não é o pai delas e que não tentará ocupar o lugar dele. Comunicar essa mesma compreensão ao pai delas também é muito útil; com sorte, pode-se incentivar um trabalho em equipe. Também é importante dizer aos enteados que você espera que o relacionamento cresça e que eles saibam que podem contar com você.
Estudos sugerem que os padrastos devem se esforçar para formar relacionamentos permissivos com seus enteados, agindo mais como amigos do que como pais, e evitar a disciplina ou a "criação comprometida" convencional até o final do período de adaptação. "O padrasto deve realmente focar em estabelecer um relacionamento com os enteados antes de assumir um papel disciplinador e de paternidade principal", explica James H. Bray, Ph.D., ex-presidente da Associação Americana de Psicologia e autor de um livro sobre famílias reconstituídas.
Nunca tente ocupar o lugar do pai biológico
Seja a nova relação resultado de um divórcio, uma separação ou a morte, um padrasto nunca poderá substituir o outro pai da criança e não deve tentar fazê-lo. Especialistas em criação de famílias mistas através da Step-Family Foundation na cidade de Nova York apontam que não importa o que o ex-cônjuge ou ex-parceiro tenha feito, é fundamental respeitar a necessidade da criança de amar aquele pai.
Certamente, os enteados podem desenvolver sentimentos de amor e respeito por um padrasto sem usar um termo parental, no entanto, deve haver limites claros em relação ao papel que se tem como padrasto.
E as punições?
De acordo com JoAnne Pedro-Carroll, Ph.D., psicóloga clínica e autora de "Colocando as Crianças em Primeiro Lugar: Estratégias Comprovadas de Parentalidade para Ajudar as Crianças a Prosperar Após o Divórcio", um padrasto nunca deve ultrapassar a linha de aplicar consequências físicas a uma criança, pois além de levar ao desenvolvimento de ressentimento, frustração e afetar a autoestima, pode desencorajar qualquer possibilidade de construir confiança e respeito na nova família.
Assumir uma posição de autoridade
As crianças pequenas menores de 5 ou 6 anos podem estar mais dispostas a aceitar a autoridade de um padrasto na nova família, mas crianças em idade escolar e adolescentes muitas vezes rejeitarão as tentativas de um padrasto de ter autoridade automática. Os especialistas concordam que um estilo de criação autoritário é o menos eficaz e tem os piores resultados.
O que fazer em vez de tentar ser uma figura de autoridade? De acordo com especialistas, é melhor agir de forma lenta, não como um disciplinador, mas sim como um amigo que apoia a criança e um recurso de apoio para o parceiro. O respeito básico é necessário, mas é importante dedicar tempo e esforço ao relacionamento com os enteados.