Costuma sempre escolher o mesmo tipo de homem que lhe faz mal? É muito provável que esteja a seguir esses padrões porque tem alguns apegos que criou durante a sua infância e ainda não conseguiu livrar-se deles. Foi isso que afirmou o psicanalista britânico John Bowlby com a sua teoria do apego.
O especialista classificou, na metade do século passado, em quatro os tipos de apego que uma criança desenvolve e que tinham grande influência em sua vida adulta, especialmente na escolha de seus parceiros. Em uma publicação feita nesta quarta-feira, 28 de fevereiro, pela BBC Mundo, é explicada esta teoria e quais são as características de cada uma, e talvez você consiga se identificar com alguma.
De acordo com Bowlby, todas as crianças sempre desenvolvem um apego com a pessoa que cuida delas, que podem ser seus pais ou outros familiares, e disso depende o crescimento emocional e social de forma adequada, inclusive, afirmou que esse apego é "do berço ao túmulo".
Marinus van IJzendoorn, pesquisador na área da University College of London, explicou à BBC que "os primeiros relacionamentos de apego são internalizados em representações mentais ou esquemas cognitivos ao longo da infância. Estes moldam as expectativas das crianças sobre relacionamentos futuros com seus pares, seus parceiros românticos e seus próprios filhos".
Bowlby afirmou que quanto mais amado e seguro a criança se sentir por parte de seus cuidadores ou pais, maiores são as chances de que ela se aventure a explorar o mundo exterior.
Quais são os apego da infância que afetam a vida adulta
O psicanalista afirmou que existem quatro tipos de apego, que são: ansioso, evitativo, seguro e desorganizado, que se refletem especialmente quando a criança cresce e começa a escolher seus parceiros.
Apego ansioso
Os adultos que desenvolveram este tipo de apego dependem demasiado dos seus parceiros, estão sempre à procura da sua aprovação, querem estar o tempo todo ao seu lado, desejam a sua atenção constantemente e, quando não a recebem como esperam, ficam excessivamente preocupados, o que também lhes causa ansiedade, já que estão num estado constante de vigilância em busca de qualquer sinal que possa ser um alerta. Têm medo de ficar sozinhos ou ser rejeitados e estão sempre em busca de segurança.
Apego evitativo
As mulheres com esse apego costumam ser excessivamente independentes, acham que são autossuficientes em termos emocionais, não se sentem vulneráveis a menos que alguém se aproxime muito delas emocionalmente. Para elas, não é uma prioridade estabelecer proximidade com outras pessoas. Poucas se importam em ter a aprovação dos outros e duvidam muito que um parceiro possa oferecer apoio espiritual a elas.
Vínculo seguro
Não é vergonha dizer o que sentem e pensam, também não hesitam em pedir apoio se precisarem. É por isso que têm uma autoestima sólida que os ajuda a resolver conflitos e costumam comunicar-se muito bem, não têm medo de que outras pessoas se aproximem emocionalmente delas. Eles desfrutam da solidão quando necessário e não dependem da aprovação dos outros.
Apego desorganizado
As mulheres que se encaixam nessa categoria são aquelas que oscilam entre o apego ansioso e o evitativo, dependendo das circunstâncias. “Elas desejam intimidade e proximidade, ao mesmo tempo em que se sentem desconfortáveis com isso”, descreve o artigo. Por essa razão, às vezes elas se apegam ao parceiro e outras vezes se afastam sem motivo.