As denúncias de violência obstétrica contra o médico Renato Kalil, surgiram no final do ano passado, quando conversas e áudios de Shantal Verdelho foram vazadas de um grupo de mensagens. Na conversa a influenciadora relatava o momento do parto de sua filha Domênica, em setembro de 2021. Segundo Shantal, o médico a teria xingado e falado palavrões durante o procedimento, além de ter sugerido o uso de medicamento abortivo para acelerar o processo do parto.
Agora, um vídeo exibido durante entrevista ao Fantástico deste último domingo, 9, traz novas revelações sobre o caso. Durante o trabalho de parto, é possível ver o médico insistindo para que fosse feita a episiotomia, corte na região entre a vagina e o ânus, que tem como objetivo facilitar a passagem do bebê, o procedimento, no entanto, não é recomendado pela OMS e pelo Ministério da Saúde e só pode ser feito com autorização expressa da gestante. “Ele tentava convencer o Mateus a fazer a episiotomia, como se eu não estivesse no local”, conta Shantal.
Segundo relato de Shantal na entrevista, o médico teria forçado a sua vagina na tentativa de “rasgar” a região. “Não havia a menor necessidade de ele tentar me rasgar com as mãos e isso é feito várias vezes. Ele basicamente passa o parto inteiro fazendo esse movimento com a minha vagina tentando abrir ela”, comenta a influenciadora.
Outros pontos destacados na entrevista foi a insistência do médico para que Shantal fizesse uso de medicamento para acelerar o trabalho de parto, o misoprostal e a manobra de Kristeller, uma técnica realizada com o objetivo de também acelerar o trabalho de parto e em que é realizada pressão sobre o útero da mulher, diminuindo o período expulsivo. A manobra também é desaconselhada por órgãos de saúde.
Investigações
Um inquérito policial já foi instaurado para investigar as acusações e o caso deve seguir para o Ministério Público após a conclusão. O Conselho Regional de Medicina de São Paulo, o CREMESP, também investiga o caso. A acusação de Shantal foi seguida de outros relatos e denúncias de ex-pacientes e funcionários do médico. Além da violência obstétrica, Kalil é acusado também de abuso sexual e moral.
O outro lado
O médico Renato Kalil, por meio de sua assessoria e advogados, nega as acusações e diz que o vídeo e foi editado e está fora de contexto. Ele diz ainda que aguarda a conclusão das investigações para se pronunciar e que lamenta que um caso médico seja discutido por meio da mídia.
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