Ela se tornou a primeira pessoa da América Latina a morrer por eutanásia sem ter doenças terminais

Martha Sepúlveda, de 51 anos, morreu por meio da eutanásia, no último dia 8, após uma longa batalha judicial. O procedimento foi realizado no Instituto Colombiano de Dor (Incodol), na Colômbia, e ela se tornou a primeira paciente da América Latina a realizar eutanásia sem doenças terminais.

“Martha concordou com a eutanásia e morreu de acordo com sua ideia de autonomia e dignidade”, explicou o DescLAB em nota.

Em junho de 2021, a Colômbia determinou que o procedimento poderia ser realizado em pessoas que que sofrem com “intenso sofrimento físico ou mental”.

Desta forma, a paciente solicitou sua eutanásia alegando ter esclerose lateral amiotrófica (ELA). O procedimento foi marcado para 10 de outubro, mas, após 36 horas, Incodol anunciou que sua eutanásia seria suspensa.

Isso aconteceu, pois para a Comissão Científica Interdisciplinar pelo Direito de Morrer com Dignidade, “o critério de terminalidade não foi cumprido como tinha sido considerado pela primeira comissão”.

No entanto, no fim de outubro houve uma reviravolta no caso. A justiça revogou a suspensão e determinou que o procedimento deveria ser realizado.

O juiz enfatizou que Martha cumpria “com os requisitos para exercer seu direito de morrer com dignidade por meio da eutanásia”. Com isso, a nova data foi marcada.

Em entrevista a Caracol TV, a mulher relatou que estava tranquila com sua decisão. “Sobre o plano espiritual, estou totalmente tranquila (...) Serei covarde, mas não quero mais sofrer, estou cansada. Luto para descansar”, afirmou a colombiana. “Sou católica e me considero uma pessoa muito crente. Mas Deus não quer me ver sofrer. Com a esclerose lateral no estado em que está, a melhor coisa que pode me acontecer é que eu descanse”, disse.

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