O Canabidiol, uma das substância extraída da planta da maconha, vem sendo objeto de estudos para o tratamento da endometriose, doença que acomete pessoas com útero. A endometriose é uma condição onde ocorre um depósito de células do endométrio, tecido que reveste a parte interna do útero, do lado de fora do órgão, o que causa quadros de dor intensa na região, náuseas e vômito.
Atualmente, existem dois tratamentos para a endometriose, doença que afeta mais de 7 milhões de mulheres no Brasil: o uso de pílulas anticoncepcionais, que bloqueiam a produção de estrogênio — hormônio que alimenta essas células que produzem as substâncias substâncias pró-inflamatórias e doloridas — ou uma cirurgia para remoção dessas células.
No entanto, não são todas as pessoas que se adaptam aos tratamentos disponíveis ou que conseguem um resultado efetivo. Caso de Natália Candiago, 23 anos, que sofre com a endometriose e deu entrevista à revista Claudia para falar sobre a doença recentemente.
Natália fez uso dos anticoncepcionais, mas não obteve sucesso no tratamento. “A medicação simula uma menopausa, então eu sentia muito fogacho (ondas de calor intenso pelo corpo). Acordava de madrugada com sensação de sufocamento”, explica na entrevista.
De acordo com a matéria, Natália passou a fazer uso do Canabidil há cerca de seis meses. A substância age tanto como um analgésico quanto como um neuromodulador ou anti-inflamatório.
A Anvisa retirou a proibição ao uso do óleo de Cannabis, ou CDB, em 2015 e liberou a venda em farmácia de produtos importados quatro anos depois. Com essas flexibilizações recentes, o canabidiol se consolidou como uma das mais promissoras frentes no tratamento da endometriose e de outras doenças com alta prevalência entre as mulheres. Pelo menos dois estudos testarão a substância em 2022.
Um deles, será o primeiro estudo clínico randomizado sobre a eficácia do tratamento da endometriose com o óleo de canabidiol. A ideia é avaliar a melhora dos desconfortos em 30 pacientes – já se sabe que o CBD atua na transmissão nervosa, um dos principais mecanismos de dor.
O segundo estudo ainda aguarda liberação do financiamento e terá como objetivo avaliar a dose segura e adequada do canabidiol como adjuvante ou para aquelas pacientes que não tiveram sucesso com a cirurgia ou com os anticoncepcionais.
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