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No Brasil, 1 em cada 5 jovens deixa de ir à escola por falta de absorventes, revela estudo

A pobreza menstrual atinge ao menos 20% de jovens de 14 a 24 anos. Entre pessoas pretas com renda de até dois salários mínimos, o número sobe para 24%

Ao menos 20% de jovens de 14 a 24 anos que menstruam já deixaram de ir à escola por não terem absorvente (Foto: Reprodução)

Um estudo feito pelo Espro (Ensino Social Profissionalizante), organização que oferece capacitação para jovens em busca do primeiro emprego, e a Inciclo, marca de coletores menstruais, revelou que, no Brasil, ao menos 20% de jovens de 14 a 24 anos que menstruam já deixaram de ir à escola por não terem absorvente. Entre pessoas pretas com renda de até dois salários mínimos, o número sobe para 24%. O levantamento ouviu 2.930 pessoas que menstruam e 805 que não menstruam.

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O problema da pobreza menstrual tem sido pauta e o debate tem se intensificado nos últimos anos. Dados do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) mostram, por exemplo, que mais de 700 mil meninas vivem sem acesso a banheiro ou chuveiro em suas casas. Além disso, mais de 4 milhões não têm acesso a itens básicos de cuidados menstruais.

20% declararam que deixaram de ir à escola por falta de absorvente (Fonte: Espro/Inciclo)

Outro dado preocupante trazido pela pesquisa é que 42% das pessoas entrevistadas já ficaram mais do que o tempo indicado com o absorvente para economizar dinheiro. O índice sobe para 45% entre as pessoas pretas com até 2 salários mínimos.

O Projeto de Lei

No ano passado, o presidente Jair Bolsonaro, vetou um projeto de lei que previa a distribuição gratuita de absorventes em escolas públicas, para jovens de baixa renda e pessoas em situação de vulnerabilidade social, como moradores de rua e presidiárias.

No entanto, a pauta voltou a ser debatida no Congresso Nacional nesta terça-feira, 8. A agenda previa rever alguns vetos do presidente, entre eles, o veto ao Projeto de Lei da Dignidade Menstrual. Para um veto ser derrubado, é preciso o voto da maioria absoluta dos parlamentares na Câmara e no Senado, o que corresponde, respectivamente, a 257 deputados e 41 senadores.

O  vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PSD-AM), avalia que esse é um dos vetos que devem cair. “Vetos dos projetos da dignidade menstrual, programa partidário, prazo dos concursos devem cair”, afirmou em reportagem do jornal Estado de Minas. “Haverá disputa em vetos como os relacionados ao programa de apoio ao setor de eventos e medicamentos orais para o combate ao câncer”, disse o parlamentar.

O veto deve ser revisto em 16 de março.

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