A guerra entre Rússia e Ucrânia, iniciada no dia 24 de fevereiro deste ano, deixou muitas pessoas e cidades devastadas com os ataques, mas um grupo em especial parece sofrer um pouco mais: as mães.
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Uma reportagem publicada pelo site da revista norte-americana, Rolling Stone (em inglês), conta a história de Lydia e Natalia, duas mães que tiveram seus filhos enviados para a linha de frente dos combates entre os dois países e que escolheram permanecer em seu país de origem para aguardar o retorno dos filhos.
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Elas contam que os filhos partiram poucos dias após a convocação feita pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que declarou lei marcial em resposta à invasão russa e convocou homens de 18 a 60 anos a permanecerem no país ou voltar para se preparar para pegar em armas contra a superpotência global.
“Eu não sei onde meus dois filhos mais novos estão agora”, conta Lydia à repórter. “Talvez Kiev, talvez Donetsk ou Lugansk, eles podem até estar perto de Odessa – não sei. Eles não podem me dizer”, completa.
Segunda Lydia, seus dois filhos mais novos saíram de casa sem se despedirem dela e de suas esposas. Ela estava visitando sua sobrinha na Espanha quando o presidente russo, Vladimir Putin, começou a lançar bombas em Kiev e em várias outras cidades ucranianas em 24 de fevereiro, dando início a uma guerra e mobilização de tropas em toda a Europa, algo que não era visto desde o final da Segunda Guerra Mundial.
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“Meu coração ficou tão ansioso”, diz ela sobre o momento em que soube que seus filhos estavam indo para o front. “Eu não sabia o que fazer. Eu chorei a noite toda. Não tenho palavras para descrever a sensação. Doeu minha alma”, relata a mãe.
Uma outra mãe e amiga de Lydia, Natalia também contou à reportagem sobre a partida de seu filho para o front de batalha, também em algum lugar desconhecido. O filho mais novo de Natalia, Igor, de 33 anos, trabalhava na construção civil na Polônia quando o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fez a convocação.
Igor deixou para trás uma esposa e dois filhos pequenos, que, como Natalia e Lydia, decidiram ficar na Ucrânia, onde poderiam estar mais próximos de seus entes queridos na linha de frente, em vez de fugir para a Polônia.
“Desejo que nenhuma mãe em lugar algum tenha que sentir a dor que estamos sentindo agora”, diz Natalia. Ela não podia deixar de expressar tristeza pelas mães russas, mesmo sabendo que seus filhos podem ser mortos por soldados do outro país, mas também sabendo que o medo e a dor de perder qualquer filho é um horror sentido identicamente, universalmente, por todas as mães – não importa de onde ela vem ou de que lado da guerra ela apoia.
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