O caso do médico anestesista preso em flagrante após estuprar uma paciente durante seu parto ganhou os holofotes e chocou a população, acendendo um alerta, ainda, para outros tipos de abusos e imprudências cometidas pelo médico dentro do centro cirúrgico.
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Nas filmagens divulgadas na imprensa esta semana, é possível ver a paciente desacordada durante o seu parto cesariana, enquanto o anestesista Giovanni Quintella Bezerra, introduz o pênis em sua boca. Mas é normal que a paciente fique desacordada para o procedimento?
A resposta é NÃO. Na manhã desta terça-feira, a médica anestesista e ex-BBB, Thelma Assis, respondeu ao questionamento durante sua participação no programa Encontro, da TV Globo.
“Salvo algumas exceções, onde pode acontecer alguma complicação durante o parto, a paciente deve ficar sempre acordada. A anestesia que a gente usa nesses casos, é para que a gestante não se mexa da cintura para baixo apenas”, explica a médica.
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Já o ginecologista e obstetra Geraldo Caldeira, membro da FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), em uma entrevista para a revista Crescer, explica como é feito o procedimento.
“No bloco cirúrgico, primeiramente, a mulher senta na maca para receber a injeção de anestesia nas costas. Esse procedimento é feito já na presença do acompanhante. O tipo de anestesia que a mulher normalmente recebe na cesárea é a raquidiana, que imobiliza apenas da cintura para baixo. Os efeitos costumam durar cerca de 3 horas, no máximo, e não causam sedação ou sono”, pontua o ginecologista.
Imprudência médica
Thelma alertou ainda, que além de um abuso, o anestesista cometeu uma imprudência ao administrar uma quantidade maior de sedativos do que o recomendado.
“Não é normal sedar paciente gestante, até mesmo, por uma proteção da via aérea. Uma das principais funções de um anestesiologista, é proteger a via aérea do paciente, e a paciente gestante tem que chamamos de alterações fisiológicas. (...) o corpo da gestante se transforma, se prepara para receber o bebê e dentro dessas transformações, a gente tem algumas alterações no estômago, na via aérea, que fazem com que gestante seja uma paciente de risco para bronco aspiração, seja uma paciente propensa a uma intubação mais delicada. Então é por isso que não convencional sedar gestante. (...) Também tem um motivo técnico. Ele cometeu uma imprudência”, explica Thelma.
Outro ponto a ser destacado neste caso, é que a gestante estava desacompanhada durante seu parto, o que é uma segurança à paciente garantida por lei no Brasil e a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que a gestante tenha um acompanhante no processo do parto.
No Brasil, pela Lei 11.108/05 “Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde - SUS, da rede própria ou conveniada, ficam obrigados a permitir a presença, junto à parturiente, de 1 (um) acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato.“, sendo essa pessoa de livre escolha da gestante.
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