80% dos homens avaliam que há machismo no Brasil, mas só 8% afirmam ser machistas, segundo pesquisa PoderData, realizada em 2021. Outros 84% dizem que não são machistas. Mas por que esses dados são alarmantes e mostram disparidade?
ANÚNCIO
“É interessante esse dado que mostra que nós, enquanto indivíduos, enxergamos o machismo no outro, mas não reconhecemos nossas próprias falas e atitudes machistas”, destaca a psicanalista e fundadora do Instituto de Pesquisa de Estudos do Feminino e das Existências Múltiplas (Ipefem), Ana Tomazelli.
A psicanalista ainda complementa que, mesmo com a luta diária por equidade, as atitudes machistas estão presentes em inúmeras frentes da nossa sociedade.
“Essa realidade do machismo e do assédio está presente em qualquer setor, seja ele comunicação, imobiliário, financeiro, entre outros”, reforça Ana Tomazelli, que acaba de divulgar pelo Ipefem a pesquisa IRA (Índice Regional de Assimetrias) - Imobiliário & Construção, sobre o setor imobiliário, demonstrando que 9 em cada 10 mulheres do segmento sofrem machismo; e a maioria delas, 65%, de forma muito frequente.
Já outro estudo, “A Mulher na Comunicação - sua força, seus desafios”, realizado pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), mostra que 72% das mulheres sofreram assédio no trabalho.
Para 50% das entrevistadas, a subestimação de suas capacidades impede que cheguem ao topo de suas carreiras ou muitas vezes não sejam nem consideradas para uma oportunidade. Em segundo lugar, com 47%, quando elas expressam suas opiniões e são julgadas por isso.
“Os dados só reforçam a importância de falar sobre o assunto, indiferente do setor. Debater questões como machismo, racismo estrutural, alienação parental, perda de identidade, violência doméstica, entre outros, se faz cada vez mais presente em nossa sociedade”, menciona a idealizadora do Instituto Mulheres do Imobiliário e autora do livro Proprietárias, Elisa Rosenthal.
ANÚNCIO
Identifique atitudes machistas e tóxicas no ambiente de trabalho:
● Manterrupting: quando você é interrompida constantemente, de maneira desnecessária, impossibilitando você de conseguir concluir uma fala / um raciocínio.
● Mansplaining: um homem explicou algo óbvio para você, de forma didática, como se você não fosse capaz de entender.
● TPM Mania: alguém já comentou que você tomou alguma atitude ou teve alguma reação específica porque estava menstruada ou na TPM.
● Bropriating: quando um homem se apropriou da mesma ideia que você já havia expressado/tentado expressar, e ele acabou levando os créditos pela ideia, que era originalmente sua.
● Gaslighting: alguém levou você a achar que tinha enlouquecido ou estava equivocada sobre um assunto, sendo que originalmente você estava certa.
● Meritocracia Masculina: você perdeu uma oportunidade de promoção ou movimentação na carreira para um homem menos qualificado.
● Filho é coisa de mulher: alguém já colocou você em segundo plano ou desconsiderou você em alguma atividade ou oportunidade porque você tem filhos ou pretende ter filhos.
NOTÍCIAS
Vitória: Senado aprova fim de autorização de cônjuge para laqueadura
Jovem divulga processo de divórcio no TikTok em busca de apoio e é morta pelo ex-marido
Dilma revela que Jô Soares foi a única voz na Globo disposta a entrevistá-la antes do impeachment
⋅ ⋅ ⋅
Siga e compartilhe
Você gostou deste conteúdo? Então siga a NOVA MULHER nas redes sociais para acompanhar mais novidades e ter acesso a publicações exclusivas: estamos no Twitter, no Instagram e no Facebook.
Aproveite e compartilhe os nossos textos através das redes sociais e dos aplicativos de mensagem. O seu apoio ajuda a manter este site 100% gratuito. Cada contribuição é muito valiosa para o trabalho da nossa equipe de redatores e jornalistas.
