O debate sobre a descriminalização do uso de maconha no Brasil não é novidade para quem acompanha os noticiários nacionais e o assunto ganhou mais uma defensora recentemente.
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A deputada federal por São Paulo, Tabata Amaral (PSB), que está em seu segundo mandato e foi o oitavo nome mais votado para o cargo na Câmara Federal, concedeu uma entrevista a revista Marie Claire, onde falou sobre o assunto.
Criada na Vila Missionária, periferia de São Paulo, e filha de uma diarista, aos 18 anos perdeu o pai em decorrência da dependência química. A deputada defende que o uso de drogas não seja mais tratado como uma questão de polícia, mas sim de saúde publica.
Para a Tabata, a criminalização da maconha reforça estereótipos de preconceito contra a população negra e periférica do país.
“O Brasil tem uma das populações carcerárias mais altas do mundo e isso se deve a muitos fatores, como o tempo de julgamento no Brasil. [...] Essa discussão é complexa e é impactada também pela questão da chamada guerra às drogas. Olhando para experiências positivas de outros países, defendo a legalização da maconha”, explica a deputada.
“Estudos mostram que inúmeros jovens periféricos são presos por causa do uso da maconha, muitas vezes de uma quantidade muito pequena. A gente precisa passar por uma transição, para deixar de encarar o uso – e não a comercialização ilegal – como uma questão de saúde e não de polícia e segurança. Digo isso com muita propriedade, pois perdi meu pai para as drogas”, completa.
Mas por quê se defende a legalização da maconha no Brasil?
O consenso entre especialistas, é de que, assim como defende Tabata, a legalização da substância permitiria a criação de dispositivos legais para tratar pessoas com dependência química, regulamentação do mercado e diminuição da população carcerária.
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Outro ponto que entra para o debate, é a questão econômica para o país. Um estudo feito pela empresa de inteligência de mercado de cannabis Kaya Mind estima uma arrecadação de R$ 8 bilhões no período de quatro anos após a legalização no país.
O cálculo levou em conta a regulamentação de todas as formas de consumo, ou seja, medicinal, cânhamo (planta de cannabis) e recreativo.
O que pensam os brasileiros sobre a legalização da maconha?
Uma pesquisa do PoderData revelou que 29% dos brasileiros - ou seja, um que cada três - são a favor da liberação do uso da maconha para adultos, enquanto 65% são contra. Outros 6% não souberam responder ao levantamento, realizado entre 29 e 31 de janeiro.
Recentemente, o estado de São Paulo sancionou a lei de acesso à cannabis medicinal no SUS (Sistema Público de Saúde) do Estado. O projeto, de autoria do deputado Caio França (PSB), teve o apoio de mais de 41.000 pessoas por meio de petição online.
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