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Petro quebra o silêncio e expressa “sérias dúvidas” sobre as eleições na Venezuela

Ele era o único líder chave na América Latina que ainda não havia emitido sua opinião sobre a suposta vitória eleitoral de Nicolás Maduro

Colombia Venezuela
Gustavo Petro Um discurso do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, em 16 de julho passado (Fernando Vergara/AP)

Nas horas seguintes às dúvidas geradas pela suposta vitória de Nicolás Maduro na Venezuela, anunciada pelo Conselho Nacional Eleitoral controlado pelo Chavismo, mas sem informações de apoio, vários presidentes latino-americanos expressaram sua preocupação com o processo, incluindo alguns da esquerda.

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No entanto, Gustavo Petro, o presidente da Colômbia, manteve um silêncio incomum em suas contas de mídia social, já que ele é conhecido por ser um líder ativo principalmente na conta "X" (anteriormente Twitter).

Isso fez com que setores políticos colombianos criticassem o silêncio do chefe de estado, rotulando-o como "cúmplice da ditadura de Maduro", e mesmo havendo um comunicado oficial do Ministério das Relações Exteriores da Colômbia em nome do Governo Nacional, não foi suficiente para a opinião pública.

No entanto, a mensagem tão aguardada de Petro chegou e, fiel ao seu costume, na conta "X" ele deu sua opinião sobre o que aconteceu na Venezuela.

O que Petro finalmente disse sobre as eleições na Venezuela?

O texto traduzido para o português é o seguinte:"As sérias dúvidas em torno do processo eleitoral venezuelano podem levar seu povo a uma profunda polarização violenta com sérias consequências de divisão permanente de uma nação que soube se unir muitas vezes em sua história. Convido o governo venezuelano a permitir que as eleições terminem pacificamente, permitindo uma apuração transparente com contagem de votos, registros e supervisão por todas as forças políticas do país e observadores internacionais profissionais," começa a postagem do presidente.

Petro também propôs mediar entre o governo e a oposição venezuelana, até que a apuração finalmente decida quem foi o verdadeiro vencedor: "Propomos respeitosamente alcançar um acordo entre o governo e a oposição que permita o máximo respeito pelo partido que perdeu as eleições. Este acordo pode ser apresentado como uma Declaração Unilateral de Estado ao Conselho de Segurança das Nações Unidas", acrescentou.

O presidente da Colômbia também solicitou ao governo dos Estados Unidos que "suspenda os bloqueios e decisões contra cidadãos venezuelanos. O bloqueio é uma medida desumana que só traz mais fome e violência do que já existe, e promove o êxodo em massa de pessoas. A emigração para os EUA da América Latina diminuirá substancialmente se os bloqueios forem suspensos. Os povos livres sabem como tomar suas decisões."

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Finalmente, Petro pediu a Maduro para "lembrar o espírito de Chávez" para voltar à calma, deixando claro que "a escrutinação é o fim de todo processo eleitoral, deve ser transparente e garantir a paz e a democracia. Meus votos são pela paz e democracia na Venezuela".

Até a publicação deste artigo, as declarações de Petro não tinham gerado reações do governo venezuelano, e ainda não se sabe se eles tomarão retaliações diplomáticas, como fizeram contra outros países como Chile e Peru.

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