Segue a grande crise política na Venezuela diante dos questionáveis resultados das eleições presidenciais realizadas no último domingo, 28 de julho. Muitos países informaram que não reconhecerão a vitória de Nicolás Maduro até que as atas sejam apresentadas e avaliadas por observadores independentes e, no melhor dos casos, internacionais.
Em resposta, o governo venezuelano cortou relações diplomáticas com aqueles que se expressaram dessa maneira, fazendo com que o pessoal que habitava em diferentes embaixadas em Caracas fosse obrigado a deixar o país o mais breve possível. Um desses exemplos é o da Argentina, possivelmente a nação mais confrontada no conflito devido aos comentários e recriminações feitos por Javier Milei.
É compreensível que, sendo politicamente tão opostos, Maduro e Milei sejam como água e óleo. No entanto, o último episódio que protagonizam os países sul-americanos agora inclui um personagem sempre aliado ao projeto bolivariano socialista do falecido Hugo Chávez Frías: Cristina Fernández de Kirchner (CFK).
O conflito aumentou
A ex-presidente e esposa do também ex-presidente, Néstor Kirchner, juntou-se neste fim de semana ao pedido geral sobre a divulgação das atas, acrescentando que isso deveria ser feito para honrar "o legado de Chávez".
Sem dúvida, em Caracas a proposta de CFK não foi bem recebida, como expressou o número dois do governo e atual deputado da Assembleia Nacional da Venezuela, Diosdado Cabello, que duramente indicou que ela é uma "traidora".
“Aqui estão jovens argentinos peronistas, um os abraça e quase chora”, foi a forte resposta do também presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).
O ex-presidente Alberto Fernández também recebeu críticas de Cabello, sendo indiretamente culpado pelo fato de Javier Milei ter chegado à presidência argentina. “Alberto Fernández está fazendo a festa para Milei. Por que Milei está na Argentina? Por causa da falta de firmeza de Alberto Fernández. Eles não querem opinar sobre a Venezuela. Contra a Venezuela, contra Chávez e contra Nicolás Maduro, há muita inveja”.