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Boxeadora, vítima de polêmica sobre gênero, vai disputar o ouro na final

A argelina ganhou cada round nas pontuações de suas lutas nos Jogos Olímpicos

Agencia
Jogos olímpicos Vítima de polêmica sobre gênero, Imane recebeu o apoio do público (John Locher/AP)

A boxeadora argelina Imane Khelif avançou para a luta pela medalha de ouro na categoria peso welter, ao vencer na semifinal dos Jogos Olímpicos em Paris, onde tem sido cercada pela polêmica relacionada a uma série de conceitos errôneos sobre seu gênero.

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Khelif derrotou a tailandesa Janjaem Swannapheng por 5-0 na semifinal realizada em Roland Garros, onde a multidão aclamou a lutadora magrebina durante a luta de três rounds. Imane ganhou três lutas consecutivas em Paris, garantindo pelo menos a prata, mas buscará o ouro na sexta-feira, quando completar o torneio.

"Estou muito feliz", afirmou Khelif por meio de um intérprete. "Trabalhei oito anos para estas Olimpíadas e estou muito orgulhosa deste momento. Gostaria de agradecer o apoio das pessoas em meu país".

Antes de subir na terça-feira ao ringue sob aclamações na Quadra Philippe Chatrier, Khelif já tinha garantido a primeira medalha para a Argélia no boxe feminino.

Depois, ele controlou as hostilidades contra Suwannapheng, que recebeu a contagem de proteção de 8 no final do terceiro round, após uma série de socos. “Minha oponente foi muito boa”, acrescentou Khelif. “Mas treinei nas últimas duas semanas e aprendi como lutar assistindo vídeos”.

Imane venceu cada round nas cartas de todos os juízes em suas duas lutas que foram decididas por decisão em Paris.

Ela teve o percurso mais importante em sua carreira internacional devido às críticas e estigmatização que começaram quando a Associação Internacional de Boxe, que foi banida dos Jogos Olímpicos, decidiu desqualificá-lo e também a medalhista Lin Yu-ting de China Taipei do campeonato mundial do ano passado por supostamente não ter passado em um teste de elegibilidade.

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"Eu ouvi as notícias sobre ela, mas não as acompanhei de perto", comentou Suwannapheng. "Ela é mulher, mas é muito forte".

Após abraçar sua oponente, Khelif celebrou no ringue. Ela correu pelo chão e levantou os punhos no ar, enquanto o público a aplaudia.

Com mais uma vitória, Khelif conquistará a segunda medalha de ouro da Argélia no boxe de ambas as categorias, juntando-se a Hocine Soltani, que foi campeão em Atlanta 1996.

O desfecho da primeira luta de Khelif em Paris a colocou no centro da polarização mundial sobre identidade de gênero e regulamentações de segurança no esporte. Sua primeira adversária, a italiana Angela Carini, abandonou a luta entre lágrimas em apenas 46 segundos. Ela disse ter sentido muita dor com os golpes de Khelif.

A estes seguiram-se comentários de figuras como o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, a escritora de “Harry Potter” J.K. Rowling e outros que afirmaram falsamente que Khelif era um homem ou transgênero.

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